Novos seguros podem surgir com os chips de matrícula

Com a mais que provável entrada em vigor do tão falado chip de matrícula, podem vir a surgir novas modalidades de seguro automóvel baseadas na existência do minúsculo circuito integrado que todos os veículos vão passar a ser obrigados a ter. A Comissão de Protecção de Dados recebeu do Governo a nova legislação que vai obrigar à colocação dos referidos chips nas matrículas, e na qual se virá a basear a cobrança de portagens, controlo e gestão de tráfego e fiscalização de infracções rodoviárias.

Também as companhias de seguros o devem aproveitar para criarem seguros auto com outras características, porventura mais atractivas para quem menos circule, logo constitua menos risco para as seguradoras. Quem ande muito pouco de carro, ou tenha mesmo um segundo veículo utilizado muito esporadicamente, pode vir a ter um seguro que apenas será accionado aquando da detecção da entrada em circulação do veículo.

O chip é identificado através de um número de série, e a informação nele guardada – matrícula e dados do condutor – terá o seu acesso restringido aos agentes de autoridade, concessionários ou institutos públicos ligados à gestão do tráfego.

Outra aplicações, noutro âmbito, poderão permitir a cobrança automática do abastecimento numa estação de serviço, o controlo do acesso a determinadas zonas das cidades, a abertura automática de portões de garagem, entre outros casos, onde com certeza a livre iniciativa dos privados, não deixará de encontrar utilizações.

Há que também ter em conta a questão da fiscalização. O novo sistema vai fazer diminuir os veículos a circular sem seguro ou inspecção obrigatórios, pois facilita a sua detecção. As autoridades vão poder inspeccionar os veículos sem terem efectivamente que os mandar parar.

O novo dispositivo vai ter um alcance meramente local, segundo o governante, não permitindo a cobertura integral dos itinerários dos automobilistas, uma das questões que preocupava deputados, especialistas e também os cidadãos que subscreveram uma petição contra a invasão da privacidade.