A aquisição da Caixa Seguros não é estratégica para a Liberty Seguros

Maio 16, 2012

Liberty internacionalLuis Bonell, o CEO da Liberty International, deu conta num encontro recente com jornalistas em Boston – a sede da seguradora de origem norte-americana, que o grupo que lidera quer crescer em Portugal, acreditando no entanto que o pode realizar sem a necessidade de proceder a aquisições.

O CEO da Liberty não coloca de parte a possibilidade de analisar o negócio da aquisição das seguradoras do grupo Caixa, quando este efetivamente for colocado à consideração do mercado, mas numa primeira observação considera que o negócio não é estratégico para a Liberty.

Bonell diz que as seguradoras são demasiado grandes e que não sabe dizer se um objetivo compatível com a Liberty.

Caixa Seguros é a maior empresa de seguros em quota de mercado, mas tem vindo e perder clientes e posição, pelo que Bonell não está muito certo sobre o valor do conjunto das seguradoras da CGD.

A Liberty em Portugal tem vindo a ganhar mercado graças a crescimento orgânico, até porque a seguradora americana analisou anteriormente diversas possibilidades de aquisição em terras lusas, mas os preços foram sempre razão de declinação dos negócios, por serem na opinião do CEO da Liberty, altos demais.

A seguradora Liberty chegou a Portugal em 2003 pela aquisição da Winthertur e desde então tem-se assistido a um acelerado crescimento orgânico, tendo alcançado o Top10 das companhias de seguros do ramo não vida.

Nesta conjuntura financeira, há mesmo segundo o presidente da Liberty internacional, muitas oportunidades de aquisição de seguradoras na Europa, com preços em tendência de queda.

A alienação do grupo segurador da Caixa Geral de Depósitos está a ser estudada há vários anos, inicialmente através de uma oferta em bolsa, mas em 2011 a sua concretização foi imposta pelo acordo de ajuda a Portugal. No entanto, a operação pela sua dimensão e complexidade já não deverá realizar-se este ano.

Crise faz aumentar a fraude e diminuir o grau de proteção contratado

À margem das declarações sobre o negócio Caixa Seguros, Bonell referiu ainda que a crise europeia está a consuzir os tomadores de seguros para a redução dos seus níveis de cobertura e para a diminuição do número de seguros subscritos.

Outro efeito sentido que terá a ver com a diminuição do rendimento dos particulares e das empresas, é o aumento do número de tentativas de fraude, na tentativa da obtenção de compensações por parte das companhias de seguros.

Os clientes estão ainda mais sensíveis ao custo do seguro e consideram mais esta componente na altura de contratarem seguros em detrimento da variável grau e qualidade da proteção.

 

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