Fraude nos seguros aumenta

Junho 1, 2012

fraude em segurosO agravamento da crise financeira e económica tem vindo a fazer crescer a fraude em Portugal no que pelo menos ao setor segurador diz respeito.

A maior incidência da fraude nos seguros não tem dados oficiais que a comprovem, mas um estudo levado a cabo pela Liberty Seguros a partir da sua atividade no país, revela que a fraude aumentou para o dobro em cinco anos, passando de um ponto percentual dos sinistros totais em 2007 para os 2 por cento em 2012.

Entre os vários ramos e os diferentes tipos de seguros, o ramo automóvel será um dos mais vulneráveis à fraude.

Comparando os resultados dos anos de 2007 e 2011, por exemplo, nos sinistros automóvel, assistiu-se a um incremento de 112 por cento das fraudes detetadas, pois em relação às demais (que por certo existem) nada mais se pode inferir.

Para Alda Correia, da Unidade Especial de Investigação da seguradora Liberty, não há dúvidas que a crise em que Portugal entrou, tem reflexos económicos e sociais.

A fraude nos seguros é uma componente onde este estado de coisas se pode observar, e a Liberty verifica que houve efetivamente um aumento do número de fraudes detetadas em todos os ramos.

Mais eloquente que esse aumento, é a ingreme subida de 240 por cento na deteção de fraude nos seguros habitação, ou seguros multirriscos que garantem a cobertura de risco elétrico.

Estes números serão porventura também eles resultado de medidas procedimentais da própria seguradora que tornaram a análise dos processos mais rigorosa, mas refletem com certeza nalguma medida o impacto da crise no quotidiano das famílias e dos consumidores de seguros em geral.

Alda Correia, que também está na Comissão Técnica de Fraude da APS – Associação Portuguesa das Seguradoras, defende que o reforço de meios de combate à fraude nos seguros passa também pelas campanhas de sensibilização. O tema já não é apenas para especialistas, pois não são apenas as seguradoras a sofrerem danos com estas práticas fraudulentas, os próprios segurados, que são honestos, saem perder, uma vez que segundo estatísticas internacionais, os tomadores de seguros acabam por pagarem prémios inflacionados 10% a 15% precisamente devido à tendência das seguradoras em descontarem desta forma os valores pagos que têm origem em fraudes.

O III Congresso Prevenir e Reparar: Acidentes em tempo de crise que a seguradora Liberty promove hoje na Culturgest em Lisboa, contará com a fraude nos seguros como uma dos temas de conversa.

 

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